quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Papiloma Vírus Humano - HPV

Papiloma Vírus Humano

O papiloma vírus humano - HPV - é associado com lesões benignas e malignas do trato ano-genital.

Mais de setenta diferentes tipos de papilomas vírus humanos já foram identificados. Essas viroses possuem um potencial variável de malignidade e também uma preferência por alguns tecidos do organismo como exemplo os tecidos genitais. O DNA dos tipos 06 e 11 de papiloma vírus humano são comumente achados nas verrugas genitais e também são chamados de "Condiloma Acuminado".

Os papilomas vírus tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45 e 56 são considerados de alto risco para malignidade do ânus e dos genitais. Os HPV 01 e 02 são achados nas verrugas comuns. Já os tipos 05 e 08 estão associados com câncer de pele em pacientes possuidores de uma doença de pele hereditária rara chamada de Epidermo Displasia Verruciforme.

As verrugas cutâneas dos pés e das mãos ocorrem em todos os grupos etários, ou seja, em todas as idades, porém, com mais alta incidência em crianças e adultos jovens. A prevalência das verrugas cutâneas diminue após a adolescência, principalmente devido ao desenvolvimento da imunidade daquele que hospeda o vírus. Estas infecções são usualmente benignas e raramente requerem atenção médica.

As infecções genitais por papiloma vírus são comumente transmissíveis através de contato sexual com a prevalência variando de 10 a 50% em mulheres sexualmente ativas. Atualmente essa incidência está aumentando, atingindo cerca de 50% das adolescentes.

Por não ser o papiloma vírus humano genital uma infecção de comunicação obrigatória aos centros de controle de doenças, estimativas confiáveis de sua incidência ainda são difíceis de obter, entretanto o número de casos parece estar aumentando. Nos Estados Unidos o Centro para Prevenção e Controle de Doenças estimava que em 1990, o número de novos casos diagnosticados estaria em torno de um milhão, comparado com pouco mais de duzentos mil casos em 1966. No Brasil, utilizando-se modernos métodos de diagnósticos (Hibridização molecular), estima-se que cerca de 36% das mulheres apresentam o DNA do vírus, sem sinais da infecção.



DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico se faz clinicamente através do exame de Papanicolaou, de colposcopia e pela biópsia quando realizada.

A colposcopia utiliza lentes de aumento para melhor visibilizar as alterações obtidas na superfície do colo do útero, vagina, vulva e pênis, após o uso de substâncias químicas inócuas ( ácido acético e solução de iodo).

Na colposcopia o especialista pode encontrar 04 aspectos:

1. Condiloma acuminado visível a olho nu. Pode se estender a todo colo do útero e é múltiplo.

2. Condiloma espiculado não é visto a olho nu.

3. Condiloma plano visível após o uso do ácido acético.

4. Condilomatose cérvico-vaginal que é comumente vista na vagina.



PREVENÇÃO:
O uso de preservativos é o caminho mais lógico para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (AIDS, SÍFILIS, GONORRÉIA, etc...). Também o papiloma vírus pode ser prevenido pelo seu uso, embora haja a hipótese de transmissão de lesões por contato em regiões não protegidas pelo preservativo.



TRATAMENTO:
Embora não haja cura para a infecção pelo HPV, as verrugas e o crescimento de células anormais que essas viroses causam podem ser removidas ou destruídas por:

Crioterapia: cauterização por congelamento com pobres resultados.
Cauterização elétrica ou por aquecimento: com melhores resultados, porém com efeitos colaterais mais sensíveis: maior fibrose, perda de pelos e coloração de pele.
Cauterização a laser: dispendiosa.
Produtos químicos: Podofilina a 25% em solução oleosa. Aplica-se nas lesões e avalia-se semanalmente. O resultado é incerto com baixos percentuais de cura. Efeitos colaterais importantes como neurotoxicidade, hipertemia, ulcerações vaginais, mielotoxicidade. Na gestação é contra indicado, pois pode provocar efeitos teratogênicos (má formação do feto).
Ácido Tricloracético na concentração de 70% a 85%. São feitas aplicações direta e somente nas lesões até o desaparecimento das mesmas. Causam menos efeitos colaterais e com isso pode ser usada mais extensamente.
Fluoruracil (creme). Inibe a produção de DNA e RNA. Não pode ser usado na gestação. Usa-se uma vez por semana durante 8 a 10 semanas. Produz vulvite intensa e ulceração vaginal. Seu emprego é restritoa casos específicos.
Agentes que estimulam a imunidade: Interferon e outros. São de alto custo e por isso menos utilizados.
Cirurgia: Utilizada na falta do tratamento medicamentoso e nas lesões extensas ou mais malignas, com a possível ressecção do colo do útero ou de áreas extensas da vulva e/ou vagina.
Em mais 90% de mulheres com câncer de colo do útero, o DNA de papiloma vírus do tipo alto risco pode ser detectado por um método de laboratório simples, chamado hoje de hibridização do DNA. O papiloma vírus também está ligado a maioria dos tumores ano-genitais incluindo: pênis, vulva, vagina e cânceres do ânus. Ainda que os cânceres de colo do útero estejam com sua prevalência diminuindo nos Estados Unidos, é ainda causa de maior malignidade nos países em desenvolvimento. Para se ter uma idéia, acredita-se que cerca de quinhentos mil novos casos ocorram em todo o mundo por ano.

O câncer de colo do útero parece desenvolver-se gradualmente com o tempo.Inicia-se com as lesões precursoras ou chamadas neoplasias intraepiteliais cervicais, as antigas displasias do colo do útero.

O período de latência ou aquele entre o início da infecção e o aparecimento do câncer invasor, pode variar até dez anos.

Nos Estados Unidos o custo para se realizar o exame de papanicolau rotineiramente é em torno de dez milhões de dólares/ano. Em países em desenvolvimento, esse custo pode atingir cerca de trinta milhões de dólares/ano.

Tratando-se de uma doença sexualmente transmissível, o urologista e o ginecologista oncologista têm um papel importante no diagnóstico e prevenção desta doença quando transmitida pelo homem. Os urologistas geralmente tratam as verrugas genitais exofíticas no homem, os chamados condiloma acuminados que se apresentam moles, pediculados ou com uma base alargada. Raramente ocorre antes da puberdade. Aparecem no prepúcio, na glande e no meato do pênis. Cinco por cento dos casos envolvem a uretra. O papiloma vírus também foi detectado no esperma humano e no líquido seminal. Esperma infectado tem como resultado diminuição da motilidade do espermatozóide. As mudanças pré-malignas devido a infecção pelo papiloma vírus no pênis são mais difíceis de detectar do que as verrugas comuns. Não há ainda um teste confiável do tipo papanicolau a ser realizado no homem.

A prevalência de carcinoma de colo do útero em todo o mundo é paralela a prevalência dos cânceres do pênis.Parceiros de pacientes com câncer de colo do útero têm aproximadamente três vezes maior risco de desenvolverem câncer do pênis. No homem é importante salientar a contaminação homo e bissexual. DNA do papiloma vírus dos tipos de alto risco podem ser detectados em 31 até 63% dos cânceres do pênis, nas neoplasias intraepiteliais do pênis.

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